A Terra dos Meninos Pelados é o primeiro livro infantil de Graciliano Ramos (1892 -1953). Nele, o autor trata de questões delicadas da infância, como a discriminação, revelando preocupações com a equidade social e a liberdade. Expõe, por meio da fantasia, temas cruciais.
O livro conta a história do menino Raimundo, que tem uma aparência diferente e é ridicularizado por seus colegas, o que o impede de ter amigos na escola e na rua onde mora. Um dia, fugindo do bullying dos amigos, vai parar em uma terra diferente, chamada Tatipirun. Lá, descobre que os habitantes também são de aparências incomuns e percebe como é possível conviver harmoniosamente com os diferentes, por meio da empatia.
O Grupo TOA traz uma releitura da obra de Graciliano com a peça teatral “Tatipirun a Terra dos Meninos”, convidando o público a mergulhar neste tema que continua forte e atual, cuja trama se sustenta na questão do desafio, da convivência e da aceitação dos diferentes. Aborda um dilema complexo, capaz de desestruturar sociedades e provocar reações em todos. A apresentação teatral provocará uma reflexão!
“Raimundo deixou a serra de Taquaritu e chegou à beira do rio das Sete Cabeças, onde se reuniam os meninos pelados, bem uns quinhentos, alvos e escuros, grandes e pequenos, muito diferentes uns dos outros. Mas todos eram absolutamente calvos, tinham um olho preto e outro azul.”
Nessa convivência com o grupo, ele faz amizade com Talima, Sira, Sardento, Anão, Fringo, Pirenco e Caralâmpia. E percebe que pela primeira vez se sente aceito e em uma comunidade, visto que, antes era absolutamente sozinho e sem amigos. Aos poucos Raimundo vai se ficando à vontade ao ver que os habitantes daquele lugar possuem características parecidas com as suas.
O garoto percebe que em Tatipirun as pessoas são aceitas do jeito que são e assim conseguem viver em harmonia. No entanto, ele ainda está preocupado com a sua lição de geografia e em voltar para Cambacará, nome fictício com o qual ele mesmo batiza o lugar de onde veio. Logo, se despede dos amigos pedindo para que todos se lembrem dele e que cada um mantenha suas características próprias, pois, mesmo sendo diferentes todos se respeitam e cada qual tem o seu valor.
Graciliano Ramos se utiliza da fantasia para falar sobre o tema do preconceito e o respeito ao diferente. Assim, ele cria um mundo de criaturas diferentes e um vocabulário repleto de neologismo para compor esse universo imaginário vivenciado pelo personagem. Nessa terra fantástica é visível o espírito de coletividade, de harmonia e da boa convivência com os seus semelhantes, respeitando as suas diferenças e opiniões, o que nos leva a repensar a nossa realidade, bem como a respeitar a individualidade dos demais.
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